ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÈCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 25.03.1994.
Aos vinte e cinco dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e quatro reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Décima Sexta Sessão Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às nove horas e quinze minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Décio Schauren, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Wilton Araújo, João Bosco e Letícia Arruda. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou que fossem distribuídas em avulsos cópias da Ata da Décima Quinta Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de “quorum” deliberativo. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Informações nº 20/94 (Processo nº 664/94), 01 Emenda de Líder ao Projeto de Lei do Legislativo nº 109/93 (Processo nº 2161/93); pelo Vereador Eliseu Santos, 01 Pedido de Providências, 01 Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 07/94 (Processo nº 682/94); pelo Vereador Fernando Zachia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Bosco, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 24/94 (Processo nº 698/94); pela Vereadora Maria do Rosário, 01 Pedido de Providências, 02 Projetos de Lei do Legislativo nºs 21 e 26/94 (Processos nºs 660 e 719/94); pelo Vereador Mário Fraga, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Nereu D’Ávila, 01 Pedido de Providências, 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 22/94 (Processo nº 661/94); pelo Vereador Pedro Ruas, 01 Pedido de Providências, 02 Pedidos de Informações nºs 21 e 23/94 (Processos nºs 674 e 693/94). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 150/94, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, 129/94, da Universidade Federal de Pelotas, s/nºs, da Federação das Mulheres e da Universidade de Ijuí; Fax do Banco do Brasil, do Juiz Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro; Cartões da Secretária Mila Cauduro, da Secretária Dilma Rousseff, do Reitor Hélgio Trindade, da Universidade de Caxias do Sul. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, na Mesa dos Trabalhos, do Senhor Hélio Corbelini, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Habitação, DEMHAB, que comparece à Casa, atendendo Requerimentos aprovados, dos Vereadores Jocelin Azambuja e Maria do Rosário (Processos nºs 386/94 e 554/94). Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Hélio Corbelini que falou sobre a situação atual dos ocupantes da área do Ipê, na Vila São Borja, relatando alternativas que vem sendo buscadas, juntamente com a comunidade envolvida, para reassentamento dos ocupantes dessa área em local adquirido pelo Executivo Municipal, hoje conhecido como área do Knijnik. Destacou que até junho do corrente ano o novo local estará devidamente urbanizado, devendo ocorrer o encaminhamento de todas as famílias cadastradas. Registrou, também, que a Administração Popular considera prioridade a retirada dos moradores da Vila Cai-Cai, para uma área próxima a Cidade de Deus, que pertence à Igreja. Essa, na impossibilidade de continuar seu programa por falta de recursos, associou-se à Prefeitura Municipal para assentar famílias retiradas das áreas de risco, na faixa que vai da Cavalhada até a Rua do Sinodo, no pé do morro. Informou que as obras de urbanização já estão sendo executadas e que o reassentamento dos moradores da Vila Cai-Cai se dará ainda no corrente ano. Após, o Senhor Hélio Corbelini respondeu questionamentos dos Vereadores Jocelin Azambuja, Giovani Gregol, Clóvis Ilgenfritz e João Verle, com relação a área do Morro do Osso, e dos Vereadores Maria do Rosário e Clóvis Ilgenfritz, com relação a área do Ipê, na Vila São Borja. Às dez horas e quarenta e cinco minutos o Senhor Presidente agradeceu a presença do visitante e os trabalhos foram suspensos nos termos do artigo 143, II do Regimento Interno, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de “quorum”, às dez horas e quarenta e nove minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 160/93, 11 e 15/94, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 04/94, o Projeto de Lei do Executivo nº 14/94 e o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/94; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 07 e 12/94 e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 03/94; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 151 e 131/93, 05 e 06/94, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 31/93 e o Projeto de Lei do Executivo nº 15/94. O Projeto de Lei do Legislativo nº 15/94 foi discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa e o Projeto de Lei do Legislativo nº 131/93 foi discutido pelo Vereador Antonio Hohlfeldt. A seguir, constatada e existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Eliseu Santos, solicitando alteração na ordem de votação dos Projetos em pauta. Em Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo nºs 01 e 12/94.Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Resolução nº 40/93, por trinta Votos SIM, tendo votado os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Clóvis Ilgenfritz, Divo do Canto, Eliseu Santos, Eloi Guimarães, Fernando Zachia, Geraldo de Matos Filho, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, Jair Soares, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin Azambuja, José Gomes, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Pedro Ruas, Letícia Arruda, João Bosco, Pedro Américo Leal e Wilton Araújo. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando dispensa de votação para a Redação Final dos Projetos em questão: do Vereador João Verle, com relação aos Projetos de Lei do Executivo nºs 01 e 12/94; do Vereador Isaac Ainhorn, com relação ao Projeto de Resolução nº 40/93. Após, o Vereador João Verle solicitou à Mesa a votação, no dia vinte e oito do corrente, do Projeto de Lei do Executivo nº 87/93, adiando-se a votação do Projeto de Resolução nº 14/93 para o dia trinta do corrente. Apoiaram tal sugestão os Vereadores Jair Soares, Clóvis Ilgenfritz, Henrique Fontana, Antonio Hohlfeldt, Fernando Zachia, João Motta, João Dib e Jocelin Azambuja e declararam-se contrários a mesma os Vereadores Nereu D’Ávila e Wilton Araújo. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que o deferimento de aplicação do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal é feito pelo Senhor Presidente, ficando, contudo, a organização da Ordem do Dia a cargo do Senhor Secretário. Também, declarou suspensos os trabalhos às onze horas e trinta e nove minutos, para a realização de reunião com as Lideranças visando discutir essa questão. Às onze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de “quorum”, foram reabertos os trabalhos e o Senhor Presidente informou que, na Sessão Ordinária do dia vinte e oito do corrente seria realizada a votação do Projeto de Resolução nº 14/93 e no dia vinte e nove do corrente, às quatorze horas e trinta minutos, seria realizada Sessão Extraordinária para votação do Projeto de Lei do Executivo nº 87/93. Em EXPLICAÇÃO PESSOAL, o Vereador Antonio Hohlfeldt registrou seu agradecimento à Secretaria Municipal de Obras e Viação e ao Departamento Municipal de Água e Esgotos, face à agilidade com que foram atendidos Pedidos de Providências, de sua autoria, referentes à Rua Guadalajara.Solicitou ao PT a realização de contatos com a Secretaria Municipal de Educação, para que seja revista posição dessa Secretaria, de não homologar inscrições para o Concurso ao Magistério Público feitas por pessoas que não apresentaram Diploma registrado no Ministério da Educação e Cultura, destacando que a apresentação desse Diploma costuma ser pedido no momento da posse do candidato aprovado e não no momento da inscrição do mesmo. O Vereador Guilherme Barbosa reportou-se ao pronunciamento do Vereador Antonio Hohlfeldt, acerca da não homologação de inscrições para o Concurso Público para o Magistério em casos em que não foi apresentado Diploma registrado no Ministério da Educação e Cultura. Destacou já ter tomado a iniciativa de contatar a Secretaria Municipal de Educação, apoiando a aceitação dessas inscrições. Nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às doze horas e nove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz e Airto Ferronato e secretariados pelos Vereadores Wilton Araújo e Jocelin Azambuja, este como Secretário “ad hoc”.Do que eu, Wilton Araújo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
(Obs.: A Ata digitada nos Anais é cópia fiel do documento original.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz): Hoje,
estamos recebendo a visita, atendendo a um convite deste Câmara, do
Diretor-Geral do DEMHAB, Dr. Hélio Corbelini. Nós pedimos ao Dr. Hélio
Corbelini que faça parte da Mesa. Ele atende a dois convites: um, formulado
pela Ver.ª Maria do Rosário, relacionado com aqueles ocupantes da área do IPE
da Vila São Borja, que é o processo 545/94, e outro, de autoria do Ver. Jocelin
Azambuja, que é relacionado com a reassentamento dos moradores da Vila Cai-Cai
no Morro do Osso. O Dr. Hélio Corbelini está com a palavra.
O SR. HÉLIO CORBELINI: Bom dia. Em dois de março do
ano passado, em torno de quatrocentas e cinqüenta famílias ocuparam doze
hectares e meio de uma área pertencente ao IPE (Instituto de Previdência do
Estado). Logo em seguida desta ocupação, aquela população se mobilizou,
procurou Vereadores, procurou Deputados, outras entidades da sociedade e também
o DEMHAB para buscar uma alternativa e, à época, como este terreno era do
Governo do Estado foi sugerido que o próprio Estado resolvesse aquele problema.
Na impossibilidade do terreno ser repassado ou vendido pelo alto preço e mesmo
ser adquirido pela Prefeitura, o terreno estava avaliado em um milhão e
trezentos mil dólares, a Comissão dos ocupantes, juntamente com o DEMHAB, a
Prefeitura e essas Entidades, solicitou que ao Governador do Estado um prazo
para encontrar uma solução. Isso aconteceu dia oito de maio, quando o Prefeito
Tarso Genro telefonou para o Governador do Estado, solicitando um prazo maior.
O Governador, imediatamente, cedeu o prazo que venceu no dia oito de setembro
do ano passado.
Naquele mesmo dia houve um acordo entre o DEMHAB e os ocupantes de que
as famílias que teriam direito ao reassentamento seriam aquelas que ocupavam o
terreno até aquela data, ou seja, cinco de maio; ocorre que, de cinco de maio
até o dia oito de setembro, entraram outras famílias e exigiu-se uma nova
negociação. Incorporou-se também essas famílias e fechou-se a data em oito de
setembro. Depois disto, a luta foi para conseguir recursos para urbanizar uma
área que a Prefeitura já tinha adquirido.
A Prefeitura sempre disse que não poderia, com menos dinheiro do que o
valor da área do IPE, adquirir muito mais área e, com efeito, a Prefeitura
adquiriu 35ha na área que se chama hoje área do Knijinik. De setembro a
novembro, gestioram-se verbas que foram conseguidas no Fundo de Desenvolvimento
Social. No dia dez de dezembro do ano passado, o Município assinou com o
Governo do Estado um convênio pelo qual o FDS passava dinheiro à Prefeitura e
esta tinha, e tem, o compromisso de fazer esta urbanização em seis meses, prazo
este que expira em junho. Afora esse prazo executivo, havia um prazo dado pela
Entidade para execução de sua sentença, já que ele tinha a liminar na mão. Esse
prazo vencia dia 14 de fevereiro deste ano e como o DEMHAB, neste período,
ficou com um número de quatrocentos lotes urbanizados e prontos em uma área da
Wenceslau Fontoura, que é lindeira a esta área do Kinijnik, achamos por bem
retirar as famílias da situação insalubre em que se encontravam e colocá-las
nestes lotes urbanizados, com água, luz e esgoto.
Deu-se uma imensa polêmica. Uns entendiam que não estávamos cumprindo o
tratado e outros pensavam que não tínhamos cumprido o prazo, então exigiam que
solicitássemos mais prazos ao IPE ou ao Governo do Estado. Tentou-se dirimir
essa dúvida, deixando bem claro: o prazo executivo da obra está correndo e será
feita a obra até junho. Acordou-se, então, que feitos os terrenos na área do
Knijnik, aqueles que se transferissem para a área do Wenceslau, aqueles que
permanecessem na área do IPE, ou aqueles que não quisessem ir para a área do
IPE e nem ficassem na área do Wenceslau ou fossem para outro caminho, mas que
estavam garantidos pelo cadastro, irão para a área do Knijnik no projeto
negociado durante a luta desses companheiros. A Prefeitura fez isso convicta de
que os terrenos urbanizados, sem dúvida, dão uma solução e uma qualidade de
vida bem maior e bem melhor do que a situação em que eles vivem, pois não têm
água, não têm luz, usam banheiros coletivos em um lugar extremamente insalubre.
O DEMHAB tem seus quadros muito reduzidos. Foi muito difícil manter, durante
este período de ocupação, principalmente a partir de setembro, o congelamento
da área, porque, na verdade, o DEMHAB estava com sua equipe naquela área, que é
do Estado, controlando para que não entrassem mais invasores. Nós sempre
dissemos que apresentávamos essa alternativa e iríamos sair da área. Nós nos
responsabilizamos e continuaremos a nos responsabilizar, inclusive com carta do
Prefeito, para que todos os cadastrados se encaminhem ao Knijnik. Nós saímos da
área e nos desresponsabilizamos pela área e a entregamos ao Instituto de Previdência
do Estado.
O SR. PRESIDENTE: Temos um segundo
Requerimento, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, sobre a Vila Cai-Cai,
localizada no Morro do Osso. O Sr. Hélio Corbelini poderia falar sobre os dois
Requerimentos - o primeiro sobre a Vila São Borja e o segundo sobre a Vila
Cai-Cai e os Vereadores fariam perguntas sobre os dois temas.
O SR. HÉLIO CORBELINI: Por decisão da Administração
Popular, quando o Sr. Olívio Dutra era Prefeito, dentro das prioridades da
Administração, que era a retirada dos moradores de áreas de risco, a Vila
Cai-Cai - hoje rebatizada como Vila Beira-Rio - tornou-se prioritária. Quando
estávamos a procura de terreno no eixo de convivência da Vila, porque, por
decisão política, a administração não coloca as populações para longe dos seus
eixos de interesse ou do centro da sua vida ou da sua convivência.
Encontramos a área da Mitra, uma área da Igreja, que é a área da Cidade
de Deus. Essa instituição tem ali 76ha de terra, sendo que 22ha são ocupados
pela Cidade de Deus. Nós negociamos o restante, que são 54ha de terras, numa
faixa que vai da Cavalhada até quase o pico do Morro do Osso. Essa faixa da
Cavalhada já está gravada no Plano Diretor para habitação de cunho social,
porque certamente os legisladores da época imaginavam que a Cidade de Deus iria
se expandir, mas a Igreja, na impossibilidade de continuar com seu programa,
por falta de recursos, associou-se, numa proposta bastante vantajosa, à
Prefeitura, para que fizéssemos esse programa. Nessa área de terra, que vai da
Cavalhada até a Rua do Sínodo, que chega ao pé do morro, nós iremos colocar
famílias que moram em áreas de risco. O primeiro grupo que será transferido
será o da Vila Cai-Cai.
Nós sabíamos que seria polêmica essa situação, porque o Morro do Osso é
um patrimônio da Cidade, de uma luta muito antiga da Cidade, não só da região,
mas dos movimentos ecológicos também. Porque no Morro do Osso, além de ter tido
um cemitério indígena, além de ter tido o primeiro quilombo aqui desde estado,
também teve o primeiro cemitério israelita e, além disso, é vestígio de mata
atlântica e ainda existe fauna a ser protegida. Por muitos anos, as entidades
ecológicas lutaram para que, no morro, se fizesse um parque. Ao ser recebida a
terra, vislumbrou-se a possibilidade
imediata de abrir caminho, primeiro, para o debate público que ia suscitar
depois e, depois, para a criação efetiva do parque, já que o Morro do Osso
pertence a tão somente cinco proprietários, dono, cada um - os números não têm
rigor científico - de 250ha que estão vazios ou quase vazios.
No momento do acordo com a Mitra, um dos proprietários passa a ser a
Prefeitura - de 54ha. A polêmica era extremamente necessária, porque é um
parque muito grande, em torno de 100, 112ha, e a Prefeitura, a rigor, não
possui recursos para a sua administração. Somente a Prefeitura mais as
entidades ecológicas e a sociedade comprometida é que poderão, não só forçar a
criação do parque, mas, também, dos mecanismos de financiamento e de
manutenção. Com efeito, imediatamente, o DEMHAB partiu ao meio a terra e cedeu
à comunidade ecológica organizada, à sociedade e à SMAM, 27ha dessa área, para
ser o início da criação do parque. Então o Prefeito criou, imediatamente, uma
comissão para o estudo da criação do parque, que envolve Secretaria do Meio
Ambiente, Secretaria do Planejamento, DEMHAB, Procuradoria Geral do Município,
que está discutindo e levará estas propostas a um grande fórum, convidando não
só as entidades ecológicas, como as associações do entorno, como também a
sociedade em geral, para discutir o projeto e as linhas gerais desse parque
ecológico. Porque em relação à parte que já estava gravada pelo Plano Diretor
para habitação social, que é onde vamos reassentar a Cai-Cai e outras áreas da
Região Centro-Sul e Sul, esta é uma decisão já tomada pelo Governo, já estamos
executando as obras. E o reassentamento se dará este ano. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está
com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente; nobre
Diretor do DEMHAB Dr. Hélio Corbelini. Ouvi atentamente a exposição sobre a
Vila Cai-Cai, o assentamento lá na Cidade de Deus. Pensei que o Senhor iria
trazer alguma coisa mais concreta em relação ao projeto que existe. Falou
somente do parque do Morro do Osso, mas não falou dos assentamentos, só disse
que vão famílias para lá. Pensei que traria o conteúdo do projeto que o Senhor
tem para fazer dos assentamentos.
Fiquei um pouco preocupado, porque o Diretor do DEMHAB, na sua
exposição, não trouxe conteúdo nenhum em relação ao convite que fizemos, que é
a preocupação com a questão dos assentamentos.
Tenho informações, que me deu o Diretor do DEMHAB, quando o visitei em
novembro do ano passado, de que ali seriam colocadas trezentas e vinte moradias
e que, por outro lado, na parte que dá acesso, no sopé do Morro do Osso, seria
feita a construção de conjuntos residenciais que atingiriam justamente uma área
de proteção. Isso lembro, porque foi-me informado na época.
Agora, estranho que na apresentação não é feito nada disso, quer dizer,
não se diz, na realidade, qual é o projeto que os Vereadores podem debater.
Então, pelo que eu conheço do projeto - e até agora fico um pouco prejudicado
pela manifestação do Diretor do DEMHAB que não foi clara - sei que existe então
esta informação num projeto de um conjunto de duzentos e trinta lotes e um
conjunto no sopé do Morro do Osso. Mas, por outro lado, tenho informações de
que na própria Cidade de Deus - eu conheço aquilo ali, porque nasci ali perto
há trinta anos atrás quando ela foi criada -, existe ali um conjunto de
duzentas moradias que não foram até hoje contempladas, pagam aluguel para a
Mitra, mesmo que seja de valor pequeno, mas pagam aluguel e de fato não possuem
as casas daquele conjunto. Existem também outras áreas como aqui, a área que
vai do Arroio Cavalhada, o pessoal da Vila Irmã Armelinda, da Vila Icaraí, há
um projeto de canalização daquele arroio e vão desalojar mais da metade daquele
pessoal que ali se encontra. São cerca de trezentas famílias que ali estão
localizadas e, outras áreas dentro daquele conjunto que dá uma população bem
maior.
Então, diante dessa realidade, eu tive acesso ao projeto, em novembro.
Depois, pensei, vamos conhecer o projeto, através da sua exposição, que não foi
apresentada antes. Nós estamos preocupados, Dr. Corbelini, não podemos aceitar
de forma alguma que ali naquela área, que é uma das áreas mais populosas, mais
nobres e valorizadas de Porto Alegre - eu já tive oportunidade de fazer um
pronunciamento nesta Casa, aquela é uma área belíssima, uma área maravilhosa e
ainda na semana passada estive lá novamente vendo como estão se desenvolvendo
as obras realizadas pelo DEMHAB - mas eu não posso de forma alguma como
Vereador desta Cidade, como cidadão de Porto Alegre, aceitar que ali sejam construídas
aquelas casas que estou vendo no Projeto, que sejam dados lotes, quando na
verdade nós temos milhares de famílias em Porto Alegre sem teto.
Quero elogiar aqui a sua atitude como Diretor do DEMHAB. Agora mesmo eu
estava vendo nos recortes dos jornais a reportagem de ontem: “Contratos do
Leopoldina vão para o DEMHAB.” A sua mobilização, a mobilização do Governo
Municipal, junto com o Governo Estadual, na área Federal, buscando soluções
concretas para os problemas. Quero elogiá-lo aqui de público: foi um belo
trabalho de V. S.ª. Mas eu não posso admitir, por outro lado, Dr. Corbelini,
que quando V. S.ª luta no Governo Federal para conseguir soluções desta ordem,
nos dê uma solução desse tipo para aquela área.
Então quero-lhe dizer o seguinte: lute da mesma forma e vai ter o
apoio, tenho certeza, de todas as Bancadas desta Casa para ali fazer
construções verticais, não colocando trezentas, quinhentas, oitocentas
famílias, mas colocando, cinco, dez mil famílias que podem ser alojadas na
área. Eu já morei em conjuntos residenciais com mais de mil famílias. Morei
muito bem. Vive-se em Porto Alegre em conjuntos habitacionais, como a COHAB e
tantos outros. Então, Dr. Corbelini, eu jamais vou aceitar que naquele local se
coloquem casas. Nós precisamos de construções verticais e precisamos conhecer a
infra-estrutura para colocar o pessoal ali, porque não adianta só fazer a
construção sem ter escola, posto de saúde, sem ter, enfim, toda a
infra-estrutura que é precisa.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a
palavra.
O SR. JOÃO DIB: Eu faço apenas uma pergunta:
Como foi adquirida essa área pelo Município?
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Giovani Gregol está
com a palavra.
O SR. GIOVANI GREGOL: Em primeiro lugar, quero dar
bom-dia aos colegas Vereadores, ao Diretor do DEMHAB Dr. Hélio Corbelini, que
se encontra aqui a convite do Líder da Bancada do PTB para tratar das questões
referentes à relocalização da Vila Cai-Cai, da região do Morro do Osso e tudo
que lhe diz respeito, e outro assunto já citado. Eu, obviamente, conheço muito
bem naquela região. Fala-se em Morro do Osso. Na realidade, aquilo não é um
morro, unicamente. Daí, algumas pessoas que não conhecem muito bem têm
dificuldades até de localizá-lo.
O Morro do Osso é o maior dos morros de um pequeno maciço que está
naquela região toda chamada Morro do Osso que tem mais de 200ha, conforme foi
dito aqui pelo próprio Hélio Corbelini, em torno de 250 hectares, eu acho que é
um pouco menos, mas, precisamente eu acho difícil definir, porque depende do
critério de que se utiliza. Então é uma região muito grande. Está encravada no
coração da Cidade. É uma região toda cercada por área urbanizada em rápido
crescimento, Vereador, de todos os lados. Ela se preservou por uma série de
razões. Em primeiro lugar, devido as suas características especialíssimas
naturais de paisagem, de flora, de fauna. Nós poderíamos falar muito sobre
isso, mesmo sem sermos especialistas na matéria, e os especialistas ainda mais.
Esses dias, eu conversava com o botânico Luiz Rios, que nos explicava a
importância daquele ecossistema e nos dizia que existem plantas ali no Morro do
Osso, não na mata, mas na parte de campo, de savana, que são únicas no mundo
todo. São espécies botânicas endêmicas que não existem em nenhum lugar mais,
pelo menos que se saiba até agora, do planeta Terra, a não ser ali. São
espécies endêmicas. Esse tipo de fenômeno até é mais comum do que se pensa.
Essas características é que levaram, então, os moradores da região sul da
Cidade e chamado movimento ecológico do Estado todo a lutar, há mais de quinze
anos, de forma organizada e, antes disso, de forma mais desorganizada, pela
preservação daquele patrimônio. Isso levou os nossos legisladores, sabiamente,
no 1º Plano Diretor da Cidade, a declararem aquela área como área potencial de
preservação. Sabiamente por quê? Porque esta atitude impediu que os cinco
proprietários, até hoje, daquela área, fizessem aquilo, loteassem, usassem
aquele capital, que, na nossa sociedade capitalista, seria natural que eles
fizessem, vendendo tudo aquilo por um preço naturalmente astronômico, porque
aquela é uma das áreas mais nobres, talvez a área, hoje, mais nobre, como um
todo, do Município de Porto Alegre, pois além das características, da paisagem
do rio Guaíba, do clima agradável, ela está no centro, praticamente, da Cidade,
cercado de área urbana e infra-estrutura por todos os lados que, de uma forma
até ilegal, avança sobre o morro.
Nós temos dois tipos de avanços: o da baixíssima renda, pelos motivos
sociais que nós todos conhecemos: a miséria, a falta de teto, de habitação, a
necessidade de morar; e a de altíssima renda que também avança sobre aquela
região. Nesse sentido, eu quero ressaltar aqui aos Srs. Vereadores que a grande
notícia para nós, ecologistas, é que o Governo de Porto Alegre, a atual
Administração, através do Sr. Prefeito Municipal, resolveu, finalmente, tomar a
decisão política que há muitos anos se esperava de um Prefeito em Porto Alegre,
ou seja, criar, tomar a decisão política, que ainda não foi oficializada.
Eu já faço a primeira pergunta ao Dr. Hélio Corbelini: quando é que nós
vamos oficializar esta decisão, que já foi anunciada publicamente, de criar o
Parque Municipal de Morro do Osso? E esta é, então, a grande notícia. Mas nós
sabemos que, para criar um parque, é preciso todo um procedimento, um estudo
prévio, e recursos. Recursos para adquirir as terras, para implantar o parque,
para administrar, e assim por diante, então, nós gostaríamos de ter,
sinteticamente, algumas respostas sobre isto. Eu só gostaria de ler três
perguntas, sem comentar, sobre o assunto. A segunda pergunta, Dr. Hélio
Corbelini, é a respeito das condições das obras que estão sendo feitas ali. A
SMAM - Secretaria Municipal do Meio Ambiente - nos dias 26 e 27 de janeiro
passado recebeu denúncias e mandou a sua fiscalização ao local onde estão sendo
feita as obras de terraplenagem para a relocalização. E lá foi encontrado aterro de materiais
orgânicos, resto de árvores que, normalmente, são depositados nos lixões de
Porto Alegre. Sobre isso, inclusive, corre um processo na Prefeitura.
Perguntaria se o Diretor do DEMHAB tem conhecimento disso e quais as
providências que serão tomadas.
A terceira questão é sobre o Fórum Municipal de acompanhamento da constituição do Parque do Morro do Osso e o reassentamento da Vila Cai-Cai, que foi criado no dia 29 de janeiro. Por que esse Fórum não se reuniu depois da sua criação, e para quando estarão previstas as próximas reuniões? E, por fim, a construção dos condomínios de classe média na região, por iniciativa ou sugestão do próprio DEMHAB. Se está mantida essa proposta, e se o Diretor considera que seja função de um departamento da habitação popular propiciar construções de classe média, ou por que essas habitações estão construídas lá? É por sugestão da Mitra ou de técnicos, ou por entendimento do próprio DEMHAB, quais são as razões? Era isso, muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz
está com a palavra.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Nós queríamos cumprimentar o
Diretor do DEMHAB, os colegas Técnicos do Departamento. Quando eu fui
Secretário do Planejamento - e me orgulho disso - aquelas localidades
consideradas reserva ecológica e ambiental, os loteamentos que estavam sendo
propostos pelos setores - alguns proprietários ou associados de proprietários -
eram, realmente, loteamentos que precisavam de negociações muito fortes da
Prefeitura para evitar que aquele patrimônio ambiental fosse tomado por
residências, quem sabe de alto luxo, tudo bem, mas num local que é considerado
muito importante por tudo que já foi dito aqui.
Por outro lado, eu tenho assistido e participado desta luta pela
habitação. Uma das questões que tem sido um desafio para os Governos é remover,
criar condições objetivas para as populações saírem da beira do Guaíba,
desobstruindo aquelas áreas que, em alguns casos, são áreas de risco e, em
outros casos, são áreas que devem ser devolvidas a Porto Alegre, porque são
áreas lindeiras, são áreas de praia, são áreas diretamente vinculadas ao rio
Guaíba e isso é um desafio que vem há muito tempo.
No meu entender, a população da Vila Cai-Cai adquiriu determinados
direitos ou determinadas condições de vida ali, em habitações unifamiliares, em
terrenos, embora íngremes, mas próximos a condução, etc... etc... É difícil a
condição de convencer estas populações a saírem dali. A Prefeitura consegue uma
área e começa a fazer um trabalho que ninguém acreditava, assim como não
acreditavam que nós tirássemos as paradas de ônibus da Praça XV. E foi
conseguido graças a um trabalho pertinaz que foi herança, inclusive, de outros
Prefeitos que fizeram esforço, e nós conseguimos.
Agora, isto está sendo feito. Acho que é um trabalho muito
significativo, digno do maior elogio e do nosso apoio. Pode ser que exista
alguma divergência quanto ao tipo de habitação. Mas parece que o Diretor do
DEMHAB vai-nos explicar, em função da pergunta do Ver. Jocelin.
Mas o que pergunto é se os setores que estão reclamando, estão dizendo
que vão tomar conta do Morro do Osso, esses outros setores, Vereadores, algumas
entidades, têm oferecido ao Governo alguma alternativa. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. João
Verle.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.
Quero saudar também o companheiro Hélio Corbelini e sua Assessoria e formular
quatro perguntas que me foram solicitadas pela diretoria da Associação dos
Moradores, que é muito representativa, e são preocupações perfeitamente
válidas, e penso que o Sr. Diretor-Geral terá condições de responder.
A primeira delas é sobre prazos. Se há algum prazo para o início das
obras e para a conclusão das mesmas.
A segunda questão é sobre as habitações. Há uma certa preocupação, uma
certa contrariedade, pelo menos de parte dos moradores, em relação à proposta
das casas geminadas. A pergunta é se será discutida com a comunidade a forma
como serão construídas essas habitações. Há, também, uma preocupação sobre a
questão de creche, escola e posto de saúde. Está prevista a construção? Há
alguma alternativa?
E, finalmente, como uma parte da população de lá é de papeleiros,
então, a preocupação é se o DEMHAB pensou em alguma forma, como por exemplo, se
foi feito como em relação à Vila Tripa que se transferiu para a Wenceslau
Fontoura e lá tem um galpão de reciclagem. Pergunta-se: há alguma pensada em
relação a isso? Era só.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Dr. Hélio
Corbelini para dar as respostas com referência ao Morro do Osso, e depois nós
começaremos a segunda parte com referência à Vila São Borja.
O SR. HÉLIO CORBELINI: O Ver. Jocelin Azambuja
lembrou um assunto que eu acho que é de obrigação do Diretor do DEMHAB colocar
a par os Srs. Vereadores sobre a questão do Leopoldina.
Na verdade, no dia vinte e três, o Conselho Monetário Nacional aprovou
a proposta que foi encaminhada em setembro do ano passado pelo DEMHAB, para que
todos os apartamentos de Leopoldina Dois, e mais de sessenta apartamentos do
Humaitá saiam da dívida da Guerino, e o DEMHAB assuma para comercialização com
aqueles companheiros ocupantes, fazendo com que nenhum deles fiquem sem casa ou
terreno, porque nesta negociação também estão envolvidos 6ha de terras para
aqueles que não estão nos critérios, ou que saíram por força dos despejos que
aconteceram no final do ano.
Voltamos à Mitra, a sua preocupação, Vereador, também é a nossa. A
densificação das áreas para programas desta natureza tem sido a nossa
preocupação, o que limita, às vezes, a maior densificação é o recurso. O DEMHAB
tem tão-somente 1 milhão e 700 mil dólares no seu orçamento, mas não só para
fazer casas, para urbanizar, regularização fundiária, áreas de risco, remover;
estamos desenvolvendo cinco projetos de produção de imóveis. Nós concordamos
perfeitamente com o Senhor. Não é uma questão de postura técnica ou política, é
uma questão de como fazer com os recursos parcos que se tem. E, para otimizar
esses recursos, nós estamos fazendo, sim, respondendo ao Ver. Verle, casas
geminadas. As casas geminadas tem esse princípio de aumentar a densificação,
pelo menos isso. E lá, Vereador, serão casas geminadas. Aqui estão os desenhos.
E a sua preocupação quanto àqueles arroios, é a nossa preocupação também.
Nós temos em Porto Alegre duas mil e setecentas famílias que moram ou
em beiras de rios e arroios ou em morros. São aquelas famílias consideradas de
área de risco. Nós já temos terras para, no mínimo, nesse governo, reassentar
em torno de mil e quinhentas famílias. Estamos solicitando ao Prefeito Tarso
Genro que adquira o restante das áreas, onde nós ainda não temos, que é no
Belém Novo e no Partenon, para se tentar, se tivermos recursos, nesse Governo
Tarso Genro, erradicar todas as áreas de risco.
Ver. Dib, o convênio que nós fizemos com a Mitra, ela nos passa a terra,
de tudo aquilo que vendermos, 5% vai para a Mitra. Não interessa se é um, dois,
ou quinhentos terrenos. Quer dizer, se nós contarmos 5% de terrenos vendidos,
porque o DEMHAB não doa, ele vende, ao preço estabelecido pelo DEMHAB, que é um
preço social porque é para baixa renda, 5% é para a Mitra, que tem o
compromisso de investir esses 5% na própria Cidade de Deus. Essa é a situação
relatada pelo Vereador. Faz parte também do acordo até 20% dos lotes das casas
produzidas na área e para a população da área da Cidade de Deus.
Já temos a decisão da área que está gravada no Plano Diretor para
habitação popular. Na sua direita, é onde vamos, agora, reassentar a Vila Beira
Rio, a Vila Canadá e as mais emergentes áreas onde algumas famílias correm
risco de vida. Esse é o Projeto que estamos executando neste ano, ou seja, já
está em obras - respondendo a um Vereador que pediu prazo. Na sua esquerda,
ainda existe uma área livre para futuros projetos, quando tivermos verbas. São
aproximadamente 5ha de terra.
Ver. Gregol, fiquei sabendo das denúncias sobre o lixo orgânico e dos
técnicos que foram mandados. Nós as consideramos improcedentes. Sei que não
foram suas, estamos sabendo das denúncias que chegaram ao seu gabinete e as
consideramos absolutamente improcedentes.
O fórum, do dia 29 de janeiro, que foi lançado... Essa Comissão, que
referi antes na exposição, tem que entregar os trabalhos ao Prefeito até o dia
30 de março. Qual será o trabalho? Ela irá discutir todas essas questões mais
polêmicas sobre condomínios, se vai-se fazer prédios e vai apresentar
diretrizes do Parque dessa faixa de contenção. Eu não falei na faixa de
contenção porque a polêmica está aí, e quando nós falávamos, algumas pessoas já
estavam considerando que aquilo já era uma decisão de governo. Mas não era.
Isto vai para este amplo fórum, que vai definir o projeto no seu global. Todos
os Vereadores que têm essas idéias, que são muito produtivas, devem contribuir
para que se saia com muito mais vigor, e que se atenda o grande objetivo que é a
criação do Parque do Morro do Osso.
Ao Vereador que perguntou sobre as entidades ecológicas, sim, a todas
as entidades ecológicas, apresentou-se as duas fases do projeto. A primeira
fase, que é o reassentamento dessas populações, como também as idéias que há
sobre a segunda fase. A primeira fase tem em torno de setecentos e cinqüenta
lotes, porque nós já temos mais ou menos desenhado, são 5 ha - perto de
quatrocentos lotes -; e tem essa outra metade, que é um pouco maior. Mas, isso
eu não posso dizer com segurança, porque não há projeto. Para essa faixa de
contenção, nós não temos projetos. São os lotes do DEMHAB.
As obras já iniciaram. Agora serão licitadas. As habitações serão
geminadas. Está prevista no projeto uma área para escola-creche e, principalmente,
um programa de geração de renda, que tenta envolver não só as dezenove
famílias, que são papeleiras na região, que é o que a pesquisa indicou, mas
também outras atividades de pequenos empreendedores. Acompanha este projeto,
não só um projeto de saúde e a assessoria já está trabalhando com a população
da Vila, mas também na criação de um pólo, no próprio Projeto, de geração de
renda e de fixação de mão-de-obra. A SMIC está estudando várias atividades, não
só para essa população que tem a sua vocação profissional definida, mas também
levantando quais são as necessidades que existem na região, de prestação de
serviços, para que se treine e capacite a população a prestar esses serviços
que são demandados no entorno aí.
Acho que todas as perguntas estão respondidas.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está
com a palavra.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Eu queria fazer um
Requerimento ao Diretor do DEMHAB, Sr. Presidente. Dr. Hélio Corbelini,
gostaríamos de requerer a V. Ex.ª que suspendesse esse projeto das casas e
elaborasse um projeto de um conjunto vertical. Tenho certeza que todas as
Bancadas desta Casa, que já lhe acenaram de forma positiva anteriormente, nos
somaríamos a V. Ex.ª para uma luta conjunta junto ao Governo do Estado e ao
Governo Federal para conseguirmos um financiamento para a construção, então, de
conjuntos verticais, não para quatrocentas ou setecentas famílias, mas para
cinco mil ou dez mil famílias. Queremo-nos associar nessa luta com V. Ex.ª
Queríamos requerer a V. Ex.ª agora, de maneira formal, vamos fazer também de
forma documental, através desta Casa, que suspenda este projeto, que elabore
outro projeto e que nos somemos para buscar os recursos, assim como dissemos
que V. Ex.ª fez em relação ao Rubem Berta.
Para concluir, Sr. Presidente, até me pautando pelas manifestações dos
colegas, e como autor do Requerimento para o comparecimento do nobre Diretor do
DEMHAB, gostaríamos de nos somar, Diretor Hélio Corbelini, para a busca desta
solução. Agora, volto a afirmar, nós não vamos aceitar esta solução, e vamos
buscar todas as formas para tentar chegar à outra solução que nos parece mais
adequada. Por isso o requerimento V. Ex.ª. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está
com a palavra.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: O Requerimento é dirigido a
V. Ex.ª e ao Diretor do DEMHAB. Seria importante dizer que se compreende a
inquietação do Ver. Jocelin Azambuja. Nós requeremos que esse projeto seja
feito imediatamente no menor prazo possível e que sejam feitas as outras
propostas do Ver. Jocelin Azambuja em outras áreas, porque, seguramente, no meu
Requerimento constará; nos edifícios com grande densidade demográfica haverá
impacto ambiental e prejuízos diretos.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. WILTON ARAÚJO (Questão
de Ordem): Eu
não havia perguntado nada ao Diretor Hélio Corbelini, porque o assunto do
requerimento que o trouxe até esta Casa era sobre a Vila Cai-Cai. Mas, na
última resposta, por isso o meu manifesto, senão não teria feito, o Diretor
incluiu a Vila Canadá. Então, eu gostaria de saber do Diretor por que e em que
condições a Vila Canadá seria, também, removida, ou não, porque em contatos
anteriores, no ano passado, teria ficado, em conversas tidas por esses
Vereadores e o DEMHAB, que a Vila Canadá não seria removida.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. HÉLIO CORBELINI: Ver. Wilton Araújo, é a
parte tão-somente na beira da estrada, como eu já tinha explicado.
O SR. PRESIDENTE: Abrimos para aqueles
Vereadores que querem fazer perguntas a respeito da Vila São Borja.
Requerimento do Ver. Giovani Gregol.
O SR. GIOVANI GREGOL: É muito simples, primeiro
Requerimento: que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, por motivos óbvios,
tenha uma representação oficial nesse chamado Fórum de Acompanhamento da
Constituição do Parque e do Reassentamento, parece-me que ainda não tem;
segundo, uma solicitação de que o DEMHAB, se ainda não tomou essa iniciativa
óbvia, ou não encomendou, realize estudos de impactos ambiental a respeito desse
potencial ou do impacto potencial possível dessa obra naquela localização.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Ver.ª Maria
do Rosário.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, Dr. Hélio
Corbelini, Diretor do DEMHAB, Colegas Vereadores, certamente que o tema que nós
iniciamos o dia discutindo empolga bastante: o reassentamento das famílias que
vivem em situação de risco e a questão do Morro do Osso. Nós vamos discutir a
situação de moradores, de pessoas que vivem em subabitações em uma área da
cidade, do IPE, e que é a outra face de uma mesma moeda; a dificuldade da
moradia, as pessoas que têm necessidade de ocupar uma área para garantir o seu
acesso a um pedaço de terra.
O Diretor do DEMHAB historiou a situação do IPE-São Borja, das famílias
que ocuparam há mais de um ano, março do ano passado, e que lideraram a
mobilização no sentido da liberação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento do
Estado para o Município no sentido da construção de condições de moradia no
Município de Porto Alegre. Bem, Dr. Hélio Corbelini, parece-nos, e nós temos
acompanhado essa situação, que seria importante termos dados mais precisos
sobre essa situação das famílias que se encontram, hoje, no IPE.
O Município tinha um compromisso de concluir as obras em cada prazo,
até o último concedido pelo Governo do Estado, em 14 de fevereiro, quando o IPE
tinha o compromisso de não executar as medidas judiciais. A obra do Knijnik não
avançou em sua construção. Pelo que nos consta, até o dia de hoje, as obras ainda
não iniciaram nessa área no sentido de viabilizar a transferência das pessoas
que ocupam a área do IPE-São Borja para a área em que, inicialmente, estariam
destinadas no Knijnik. A administração municipal, optou, não concluindo as
obras até o dia 14 de fevereiro, em propor aos moradores que se deslocassem
para a região do Wenceslau Fontoura.
Parece interessante a proposta na medida em que a Wenceslau tinha a
possibilidade de ter essas famílias e as famílias insistiram na transferência
para o Knijnik, na medida em que o contrato que foi assinado com o Governo do
Estado previa que, nessa área destinada inicialmente o valor pago por família
pelo seu terreno, de 10% do salário mínimo, seria utilizado na conservação e
melhoria do próprio núcleo habitacional. Esse valor, essa cláusula não está
prevista quanto à situação do Wenceslau Fontoura. As pessoas que lutaram para
ocupar essa área - a partir desse contrato do Knijnik -, não teriam esse mesmo
direito no Wenceslau Fontoura, e portanto se mantiveram na área do IPE.
Nós conseguimos com o Governo do Estado, inclusive pela interferência
desta Casa, que houvesse mais um prazo. Então, fomos lá defender junto ao
Governador do Estado mais um prazo para a Prefeitura Municipal de Porto Alegre,
uma vez que ela não concluiu as obras que nem iniciaram ainda. No entanto, o
Governador do Estado solicitou que a Administração Municipal de Porto Alegre
enviasse uma correspondência dizendo da necessidade desse prazo. Parece-nos que
o DEMHAB não está assumindo esta necessidade de ter mais prazo para concluir as
obras do Knijink. Esta questão é fundamental.
Nós temos a garantia do prazo junto ao IPE, junto ao Governo do Estado.
Seria importante - há um mês que estamos conversando com o DEMHAB -, que a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre conversasse com o Sr. Governador colocando
a necessidade que tem de mais prazo. E a Prefeitura Municipal de Porto Alegre -
eu não sei por que motivo - não está solicitando ao Governo do Estado mais um
prazo, ao contrário disso, envia um ofício, no qual, a partir da transferência
das pessoas para o Wenceslau Fontoura, que foi a convite da administração, não
se responsabilizaria mais pela área. Acredito que temos que chegar a um acordo
nessa situação; um acordo que possa viabilizar o mais rápido possível a mudança
das pessoas que estão ocupando a área do IPE para a área do Knijink.
E, neste sentido, eu gostaria de saber quando será o início das obras
de infra-estrutura da área Knijink, e, ainda, se já foi feito o levantamento
topográfico. E nós precisamos, Dr. Hélio Corbelini, conhecer qual é o cadastro
dessas famílias, para que as mesmas possam fazer um controle e um levantamento
de não-ingresso de novas demandas na área da São Borja, e não temos tido acesso
a esse cadastro. A CUTHAB recebeu algumas indicações, no entanto parece que não
passam de cento e setenta e seis famílias cadastradas, e tínhamos uma base
inicial de perto de trezentas famílias. Então, existe diferença de dados que
nós da Casa não conseguimos entender.
Eu gostaria de saber isso: quando será possível a transferência das
pessoas do IPE-São Borja para a área do Knijink? Quando iniciam, uma vez que
temos acompanhado e sabemos que o repasse do Fundo de Desenvolvimento do Estado
já aconteceu na ordem de 50% das verbas previstas para o Município de Porto
Alegre e, no entanto, as obras não iniciaram ainda. Seria isso, inicialmente.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Mário Fraga está com
a palavra.
O SR. MÁRIO FRAGA: Dr. Hélio Corbelini, mais
uma vez é um prazer recebê-lo nesta Casa. A Ver.ª Maria do Rosário foi muito
feliz nas suas colocações, mesmo porque estamos trabalhando juntos na CUTHAB,
com algumas Lideranças da Casa, que inclui a Vera. Maria do Rosário, o Ver.
Luiz Braz, o Ver. Fernando Záchia e o Ver. João Verle, que também tem-nos
acompanhado bastante nesse caso da área do IPE. A Ver.ª Maria do Rosário já fez
as colocações e vou esperar a resposta, mas eu queria uma colocação incisiva.
Hoje, a situação dos ocupantes da área do IPE, na Vila São Borja, está
no ar. Pode acontecer o despejo a qualquer momento. É lógico, Dr. Hélio, que em
cinco ou seis minutos o Senhor não poderá explicar uma situação que dura há um
ano e um mês. Da área do IPE o Senhor não conseguiu explicar nada e nem poderia
nesse espaço de tempo. Durante seis minutos, o Senhor falou em oito datas, até
chamou a sua assessoria para a Mesa, mas a assessoria ainda não pôde falar
nada. A explicação deve ser demorada. Mas, com as suas respostas já podemos
evoluir um pouco no nosso trabalho.
Então, pode acontecer o despejo e quando isso acontece numa área do
Estado, quem é o responsável? O Estado. Quem coloca a Brigada lá para tirar os
ocupantes e o povo do lugar, infelizmente, é o meu Governador. E é disso que
estou com medo. Se tiver que colocar a Brigada lá, quem vai dar a ordem vai ser
o Governador. E a Ver.ª Maria do Rosário, que não é do meu Partido, já falou
muito bem: o Governador tem sido plausível e, ao meu ver, tem sido plausível
demais. Todos os prazos que foram solicitados ao Governador do Estado, ele
concedeu e no último - os ocupantes estão aqui, a FRACAB está aqui, a UAMPA
está aqui, para provar -, depois que terminou o prazo, em 14 de fevereiro, o
Governador nos atendeu sem audiência marcada e pediu apenas que a Prefeitura
enviasse uma carta ao Governo do Estado solicitando o prazo de cento e oitenta
dias para concluir as obras e se comprometendo, mais uma vez, a concluir as
obras em cento e oitenta dias, mas infelizmente naquele momento o Prefeito
Tarso não estava presente e o Prefeito em exercício, Raul Pont nos recebeu. Nos
recebeu de imediato, mas com a ajuda do Deputado Casagrande, que nos acompanha
nesse caso, conseguimos adiantar em um dia a audiência. Depois de uma hora e
meia de discussão sobre a área do IPE, entendi que na carta constaríamos cento
e oitenta dias. Porém foi encaminhado um ofício, quatro dias após, e o prazo
não constou. Falou que estava executando as obras e outras coisas mais, que
todos sabem, porque o ofício foi distribuído aqui. Sei que, em razão dos
inúmeros compromissos, poucos Vereadores leram o ofício, mas ele não dizia
nada.
Agora eu estive com o governador, de novo, e soube que ele pediu que a
casa do DEMHAB e o guarda ficassem lá, só para manter uma autoridade no local.
Nós estivemos na sexta-feira de manhã com o Dr. Hélio Corbelini, às 09h e às
11h a casa foi retirada - o guarda parece que não estava mais - depois que nós
já tínhamos encaminhado o assunto com o Dr. Hélio Corbelini, com o assessor
dele, pois ele estava entrando de licença naquela semana, aliás, muito justa,
porque ninguém tem dúvida de quanto trabalha o Dr. Corbelini. A nossa Cidade é
muito grande e o DEMHAB tem muita responsabilidade com ela.
Estive com o Governador Collares, agora, e também com o Prefeito Tarso
Genro, numa outra audiência para tratar de um assunto diverso, mas fui obrigado a tocar nesse assunto, e ele pediu-me
outra carta, pedindo ao Governador o envio de um ofício solicitando ao
Departamento Municipal de Habilitação a permanência da Casa lá, juntamente com
o guarda. Voltei ao Governador e fiz a solicitação.
A minha preocupação maior, Dr. Hélio, e acho que também é a sua, é medo
de que esse pessoal seja despejado a qualquer momento. E para despejar quem dá
a ordem é o Governador. Hoje eles estão lá porque o Governo Municipal não pediu
nenhum prazo ao Governo Estadual. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
próximo inscrito é o Ver. Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Eu tenho como primeiro
assunto uma posição positiva sobre essa questão. É lógico que é uma questão
bastante complexa, o Ver. Mário Fraga colocou que existem várias datas em jogo,
três terrenos em jogo e uma população de duzentas a trezentas famílias que,
aqui não está bem claro, que estão querendo solução. Nós assistimos a reunião
com o Vice-Prefeito Raul Pont, as lideranças, deputados, Vereadores e a
polêmica que se estabeleceu sobre prazos foi exatamente esclarecida pelo Sr.
Prefeito, pelo diretor do DEMHAB; o que foi dito na reunião foi posto no
documento.
Então, eu só queria dizer ao Ver. Mário Fraga que testemunhei que não
foi “lenga lenga”. Foi uma coisa que eles insistiram em dizer que não podem se
responsabilizar pelo aumento de famílias naquela área e que vão cumprir o
prazo, que estão transferindo pessoas de um forma provisória, se assim as
pessoas quiserem, para a Wenceslau, porque elas estão numa situação caótica e
depois elas poderão voltar para Knijink. Isso tudo foi feito com a maior
lisura. Não estou querendo o DEMHAB em si, mas estou achando que há uma
polêmica, que se criou um fantasma e que não está contribuindo muito para que
as coisas sejam solucionadas, até porque o Governador tem nas suas mãos a
condição de impedir qualquer demanda judicial, qualquer demanda de Brigada lá.
Eu acho que as partes têm que se ajudar e os responsáveis
representantes do Governo do Estado não podem jogar tudo para a Prefeitura uma
solução que o Governo de Estado tinha que estar empenhado em dar porque é um
área do governo. O IPE é uma instituição estadual, estatal e tem toda uma
vinculação com o Governo do Estado. Não dá para lavar as mãos. Só estou
colocando isso porque assisti as reuniões. Havia um clima tenso, sem
necessidade, pessoas querendo vender idéias, e eu não vou concordar com isso.
Eu também tenho o direito de pensar diferente dos Senhores Vereadores que lá
estavam.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. MÁRIO FRAGA: Esta é uma questão de
esclarecimentos. É que toquei no nome do Sr. Pref. Tarso Genro num momento em
que eu estava um pouco empolgado.
Queria esclarecer que o Sr. Prefeito pediu uma carta, com todo o respeito, para
mim, quando disse: “Vereador, eu não me encontrava presente no momento da
negociação, por isso solicito-lhe que me envie uma carta.” No momento talvez eu
tenha me expressado mal.
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais inscrições,
passamos a palavra ao Diretor-Geral do DEMHAB, Dr. Hélio Corbelini, para dar as
respostas aos Srs. Vereadores.
O SR. HÉLIO CORBELINI: Considero esta polêmica
estranha; não a entendo. Primeiro, tem que ficar muito claro que o prazo de 14
de fevereiro não era e nunca foi o prazo para conclusão da obra; era prazo de
viabilização do problema, o que ocorreu em dezembro de 93, com a assinatura do
contrato com o FDS para a obra que concluirá em meados do ano. São duas coisas
diferentes. Uma era o prazo político para garantir o legítimo direito daqueles
ocupantes de ficarem lá. Nós estávamos debatendo com o proprietário da terra,
que é o IPERGS, e o DEMHAB estava junto com a população para garantir o direito
dela permanecer lá até que se resolvesse o problema.
Em dezembro acabou o problema político de viabilização do projeto,
porque foi assinado o contrato que já está correndo. Não há mais necessidade de
pedir prazo. No momento em que foram produzidos os lotes com água, luz e esgoto
- lotes urbanizados - se ofereceu àquela população para que fosse lá, porque
essas pessoas estão morando num charco, com privadas públicas coletivas, sem
água e sem luz, garantindo na negociação que todos os cadastrados irão para a
área do Knijink, que é a área do contrato.
Estão na área cento e trinta e cinco famílias cadastradas, com direito,
não sei se já foram cadastradas mais. O DEMHAB tem somente quarenta guardas
para vigiar 1/3 da Cidade. O Estado tem guarda, tem a Brigada. Se quiser manter
aquelas pessoas lá coloque a Brigada lá. O DEMHAB não tem que se
responsabilizar, pois ele considerou desnecessário se responsabilizar pela área
do IPE. Nós não conseguimos nos responsabilizar por todas as nossas áreas. Nós
conseguimos a verba, assinamos o contrato e conseguimos o dinheiro, que está no
Banco, as obras serão realizadas dentro do prazo.
Está resolvido o problema, mas a polêmica surgiu. O Pref. Raul Pont
encaminhou a carta dizendo que o bom-senso nos levou a essa conclusão. Será
garantido a todas as famílias, estejam elas onde estiverem. O alerta que o Ver.
Mário Fraga faz é verdadeiro, aquelas famílias podem ser despejadas sim, mas
não é responsabilidade do DEMHAB. Há recursos no Estado, ele pode fazer o mesmo
programa de contenção que o DEMHAB fez. A COHAB pode fazer. Nós lutamos
cotidianamente com o Leopoldina para que não fossem despejados. Na semana
passada uma Vila recebeu sentença para ser reintegrada no Campo Novo, na outra
semana uma outra vila de cento e dezessete famílias no Belém Velho, conseguimos
parar na negociação.
Nós não temos guardas para manter cotidianamente fixos nessas áreas.
Não há quadros porque a demanda é tão grande, a necessidade é tão grande, que
não conseguimos dar conta. Nós estimamos que em Porto Alegre nós temos quinze
mil famílias que moram em áreas que são passíveis de receberem ações de
reintegração de posse. Não é brincadeira. Só na questão da Guerino, eram seis
mil famílias e nós resolvemos, por enquanto, tão-somente, o problema de duas
mil famílias. Imaginem se essas famílias todas chegam a ser despejadas e vão
para as ruas. Nós temos um problema maior agora no Guerino que é o Parque dos
Maias. Lá no Parque dos Maias têm duas mil famílias.
O SR. MÁRIO FRAGA: Sr. Presidente, se o
Vereador não pode falar em outro assunto, o Diretor também não pode.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Mário Fraga, o Diretor
Hélio Corbelini está, na verdade, respondendo e está argumentando e na
argumentação ele apenas utilizou o Parque dos Maias.
O SR. HÉLIO CORBELINI: Obrigado, mas eu fico por
aí. A grande questão é o drama que temos dos “sem-teto” e esse drama é todo
ligado na Cidade de Porto Alegre. Era isso que eu queria passar e não ficar só
no exame isolado de um grupo de famílias, porque o drama desse grupo é igual a
tantos outros que respondemos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Eu não senti respondidas as
principais questões que levantei. Eu perguntei ao Diretor do DEMHAB, por
exemplo, por que a diferença de dados entre os números que foram enviados para
a Casa, para a Câmara Municipal, e para a CUTHAB, de cento e trinta e sete
nomes no cadastro. E os trezentos e oitenta? A segunda questão é quando é que
efetivamente iniciam-se as obras no Knijink para previsão de transferência das
pessoas que estão na área do IPE? O Diretor do DEMHAB, Hélio Corbelini,
demonstrou uma preocupação que acho que é verdadeira, não é jogo de cena, que
as pessoas possam ser transferidas o mais rápido possível e, no entanto, as
obras não começaram. Quando vão iniciar as obras no Knijink?
(Não revisto pela oradora.)
O SR. HÉLIO CORBELINI: São cento e trinta e cinco
famílias que ficaram lá, no IPE. A Vereadora sabe que foram transferidas cento
e sessenta famílias. Esta relação é daqueles que têm direito porque,
evidentemente, se não tiver um trabalho naquela área, aliás, é a declaração
pública do DEMHAB de que aquelas famílias que lá permaneceram tenham o direito
de ir ao Knijink, registrado conforme nós tínhamos assumido. As obras já
iniciaram, foram terminados todos os levantamentos topográficos e altimétricos
e devem entrar, nesses próximos dias, as licitações e elas serão feitas no
prazo.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós queremos agradecer a
presença do Dr. Hélio Corbelini que veio aqui prestar os esclarecimentos
pedidos, tanto no caso que envolve o problema do reassentamento da Vila Cai-Cai
quanto o caso da Vila São Borja e vamos suspender os trabalhos por alguns
minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 10h45min.)
O SR. PRESIDENTE (às
10h49min): Estão
reabertos os trabalhos.
1ª SESSÃO
PROC. 3109/93 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
160/93, do
Ver. Mário Fraga, que altera a Lei nº 2902, de 30 de dezembro de 1965, que cria
o Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB).
PROC. 0510/94 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 004/94, do Ver. Mário Fraga, que acrescenta parágrafo único ao artigo 19 da Lei
Complementar nº 195, de 30 de dezembro de 1988 (Sistema de participação do povo
no governo municipal.)
PROC. 0523/94 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
014/94, que
altera o inciso I e acrescenta inciso ao artigo 1º da Lei nº 6417, de 30 de
junho de 1989, que dispõe sobre o vale-refeição dos funcionários da
Administração Centralizada e dá outras providências.
PROC. 0525/94 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
EXECUTIVO Nº 004/94, que altera dispositivos da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de
1989 e da Lei Complementar nº 308, de 28 de dezembro de 1993 e dá outras
providências.
PROC. 0517/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/94,
da Ver.ª
Maria do Rosário, que denomina Acesso Guto Pereira um logradouro público
localizado no Bairro Lajeado.
PROC. 0599/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
015/94, do
Ver. Guilherme Barbosa, que altera a denominação de dois logradouros públicos
localizados no Bairro Agronomia.
2ª SESSÃO
PROC. 0440/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
07/94, do
Ver. Henrique Fontana, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Sr. Herbert José de Souza - Betinho.
PROC. 0486/94 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 003/94, do Ver. Jocelin Azambuja, que altera o artigo 166 da Lei Complementar
nº 284, de 27 de outubro de 1992.
PROC. 0572/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
12/94, do
Ver. João Bosco, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao
Sr. Ademar Kehrwald.
3ª SESSÃO
PROC. 2953/93 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
151/93, do
Ver. Divo do Canto, que autoriza o Executivo Municipal a criar o Centro de
Atendimento ao Idoso, através da medicina alopata e alternativa, na rede
municipal de saúde, e dá outras providências.
PROC. 2327/93 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO Nº 31/93, da Ver.ª Maria do Rosário, que oficializa o Conselho Municipal dos
Direitos da Mulher - COMDIM.
PROC. 0313/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
05/94, da
Ver.ª Letícia Arruda, que autoriza o Município a criar o Centro Municipal de
Estudos sobre as Drogas - CMED e dá outras providências.
PROC. 0314/94 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
06/94, da
Ver.ª Letícia Arruda, que autoriza a criação de Creches Municipais Especiais
para Crianças com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida Congênita e dá outras
providências.
PROC. 0524/94 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
15/94, que
cria Cargos na Administração Centralizada.
PROC. 3025/93 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
131/93, do
Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Rosa Maria Malheiros um logradouro
irregular, localizado no Bairro Rubem Berta.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, apenas uma rápida menção ao Processo 3025/93 que se encontra em
terceira Sessão e que, de minha autoria, denomina a Rua Rosa Maria Malheiros; é
um logradouro irregular localizado no Bairro Ruben Berta. A Professora, Dr.ª
Rosa Maria Malheiros, foi companheira de muitos de nós na Prefeitura. Acho que
ela trabalhou com quase todos os Vereadores que, eventualmente, estiveram no
Executivo, o Ver. João Dib, o Ver. Wilton Araújo, comigo próprio.
Eu comecei sendo funcionário da Professora Rosa Maria Malheiros na
Secretaria Municipal de Educação e Cultura, posteriormente chamei-a, quando
Secretário dos Transportes, porque precisei de uma Diretora na área da
Administração. A Professora Rosa Maria Malheiros também foi Diretora desta Casa
ao tempo do Ver. Brochado da Rocha e tenho certeza que aqui deixou todo o seu
respeito, toda a sua ênfase, todo o seu amor pela vida que, infelizmente,
deixou cedo por doença.
A nossa homenagem, nesse sentido, é o reconhecimento a uma mulher que,
realmente, tinha personalidade, foi sempre uma funcionária pública exemplar e,
sobretudo, pela dinâmica, pela verve; eu não lembro de algum dia ter visto a
Rosa triste, algum dia fora, realmente, de seu interesse pelo trabalho.
Fica o registro e espero que possa tramitar rapidamente esse processo
para, depois, fazermos a homenagem na inauguração das placas, pois que a Rosa
realmente merece e, hoje, por extensão, seu esposo, sua família, seus
conhecidos.
Eu tinha, pessoalmente, - e disso me orgulho - uma amizade muito grande
pela Rosa, pelo Fernando, seu esposo, daí porque tomei a iniciativa de propor e
fui aceito nesse sentido. Com toda a humildade, repartirei essa iniciativa com
todos os Vereadores, pois, efetivamente, essa é uma decisão da Casa. Todos nós
sabemos, o Vereador toma a iniciativa, mas depois é a Casa que decide.
O Sr. Wilton Araújo: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Antonio Hohlfeldt, só resta a mim e, creio, a
todos os Vereadores louvar a iniciativa de V. Ex.ª, conhecendo como conhecemos
a Dr.ª Rosa Malheiros, que conosco trabalhou e que teve uma relação profunda de
amizade com esta Casa e com o bem público em Porto Alegre. Foi muito feliz a
iniciativa de V. Ex.ª.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado, Ver. Wilton.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu também desejo me solidarizar com a homenagem que
V. Ex.ª presta, das mais justas. Rosa foi excelente servidora municipal, minha
amiga e, também, minha madrinha.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Mais um detalhe que
desconhecíamos. Muito obrigado, Ver. Dib.
O Sr. Clovis Ilgenfritz: V. Ex.ª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Da mesma forma, Ver. Antonio Hohlfeldt, eu tive a
oportunidade de trabalhar com a Rosa na SPM, uma pessoa do mais alto nível
cultural, intelectual e profissional. Trabalhou conosco, não só lá, mas depois
como Diretora-Geral da Câmara. Deu uma demonstração de capacidade e,
principalmente, de carinho, amizade e respeito com que ela tratava a todos.
Acho que é muito importante essa homenagem, tem que ser prestada e queríamos
nos solidarizar com a iniciativa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Muito obrigado, Ver. Clovis.
Inclusive, Sr. Presidente, pedirei uma cópia de todo o apanhado taquigráfico
desse pronunciamento e das intervenções dos Srs. Vereadores para repassar ao
Dr. Fernando.
Se vale como um último depoimento, cada um de nós sempre imaginava que
ela estava agregada ao partido que representávamos, o que demonstra que a Rosa
ia além dessa questão. Lembro-me que logo que entrei na Prefeitura, todos
imaginavam que a Rosa integrava o PDS. Depois, em certo momento, ela estava
vinculada ao PDT. Eu, realmente, não imaginei que ela integrava o PT, porque já
sabia, nesta altura, com a amizade, que ela não estava integrada a nenhum
partido e fazia questão de não filiar-se a nenhuma grei partidária, mas sempre
trabalhou pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Acho que isso foi
importante, talvez, por isso mesmo, ela granjeou o respeito e a amizade de
todos nós por esses anos que com ela convivemos. Espero que a Comissão de
Justiça, presidia pelo Ver. Isaac, e a Comissão de Educação, presidia pela
Ver.ª Maria do Rosário, possam examinar rapidamente o Processo, e nós
decidirmos por esta homenagem. Os Vereadores Jair Soares, Airto Ferronato,
Jocelin Azambuja e o Ver. Nereu D’Ávila fazem sinal de assentimento. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, gostaria de manifestar-me sobre o Processo 0599/94 de minha
autoria, que modifica o nome de duas ruas na Lomba do Pinheiro. Este Processo
tem o objetivo de corrigir uma falha que aconteceu no registro dos nomes destas
ruas. A rua que a comunidade chamava de “Rua A” era denomina de “Rua B” na SMOV
e, igualmente, trocada a rua denominada de “B” pela comunidade, pois na SMOV
estava registrada por “Rua A”. Portanto, aqueles nomes que foram dados pela
comunidade e trazidos a esta Casa foram trocados. Então este Projeto pretende
corrigir este problema administrativo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. Há
“quorum”. Passamos à
O SR. ELISEU SANTOS
(Requerimento): Sr. Presidente, faço um Requerimento à Mesa, solicitando que haja a
inversão da ordem de votação dos processos constantes da Ordem do Dia, deixando
o Processo 0512/94 em terceiro lugar, e votando o 3161/93 em segundo lugar,
pois são processos rápidos e pode ficar o debate para o final.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do
Ver. Eliseu Santos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0241/94 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
001/94, que
declara de Utilidade Pública a Grande Loja do Rio Grande do Sul. (Urgência.)
- da CCJ e da CEC, Relator-Geral Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o
PLE nº 001/94 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO contra o voto do Ver. José Gomes.
Requerimento, de autoria do Ver. João Verle, solicitando que o PLE nº 001/94, recém-aprovado, seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para a sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 3161/93 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 40/93, do Ver. Isaac Ainhorn, que
concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Prof. David Zimmermann. (Urgência.)
Parecer Conjunto
- da CCJ e da CEC, Relator-Geral Ver. Wilton Araújo: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a chamada.) APROVADO o PR nº 40/93 por 30 votos SIM.
Requerimento, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que o PR nº
40/93, recém-aprovado, seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício
para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta Casa.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 0521/94 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº
12/94, que
autoriza o Poder Executivo a refinanciar (a dívida mobiliária, quando for o
caso, e) os saldos devedores de operações de crédito interno de
responsabilidade da administração direta (quando for o caso) indireta do
Município, junto a órgãos e entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
e dá outras providências. (Urgência.)
Parecer Conjunto
- da CCJ, da CFO e da CUTHAB,
Relator-Geral Ver. João Verle: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o
PLE nº 12/94 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento, de autoria do Ver. João Verle, solicitando que o PLE nº 12/94, recém-aprovado, seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para a sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de
Ordem): Nós
temos em discussão o Projeto de Reestruturação da FESC que estava previsto para
ser votado na próxima quarta-feira, e segunda-feira o Regimento Interno.
Promovemos uma reunião com as Lideranças, ontem, consultamos alguns Líderes que
não compareceram a esta reunião, e queremos colocar o acordo, que só não é
unânime porque o Ver. Nereu D’Ávila não concorda que se faça uma inversão.
Votaríamos na segunda-feira o Projeto da FESC, passando a votação do Regimento
para quarta-feira.
O SR. NEREU D’ÁVILA: Teríamos duas dificuldades
para isto. A primeira de ordem regimental, o Regimento fala que os prazos de
sexta-feira se encerram à meia-noite e só reiniciam às zero horas de
segunda-feira. Portanto, surge a questão das quarenta e oito horas antecedentes
à votação. Já tropeçamos num óbice intransponível.
A segunda é que tivemos a palavra de V. Ex.ª, até para cumprir prazos, no
sentido de que o Regimento Interno seria inadiavelmente votado na
segunda-feira, salvo se houvesse consenso, que não foi possível.
O SR. JAIR SOARES (Questão
de Ordem): Consulto
a Presidência, se a FESC não está em regime de urgência pelo art. 81? Então,
tem que entrar em votação passadas as quarenta e oito horas na Pauta. Não
entendi o que o Vereador falou a respeito das quarenta e oito horas. O Projeto
de reformulação da FESC não tem quarenta e oito horas ainda?
O SR. PRESIDENTE: Vereador, de acordo com o
Regimento, precisamos de quarenta e oito horas entre a distribuição de avulsos
e votação do processo.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão
de Ordem): Há
uma questão que o Ver. Jair Soares não
se deu conta: há um Substitutivo. E, segundo parecer da Comissão de Justiça, é
jurisprudência, os substitutivos têm que obedecer as quarenta e oito horas. E o
meu Substitutivo não cumpriu as quarenta e oito horas regimentais.
O SR. PRESIDENTE: Vou tentar responder de
acordo com o entendimento que tem a Presidência. O entendimento que tem esta
Presidência, juntamente com o auxílio da Auditoria e da Diretoria Legislativa,
é que, na verdade, o Substitutivo, quando dá entrada num processo que está em
regime de urgência, ele acompanha a tramitação desse processo. Então, na
verdade, ele não interrompe, em momento algum, a tramitação. Se o prazo já está
estabelecido, se o Regime de Urgência foi solicitado, ele também é pedido e
válido para o Substitutivo. Mas, também é verdade que, de acordo com o
Regimento Interno da Casa, quem faz a Ordem do Dia - diferentemente do
Regimento anterior - não é o Presidente da Casa, é o Secretário. Essa é uma das
atribuições do Secretário.
A única coisa que o Presidente pode fazer é definir o art. 81, como o
foi, de acordo com o pedido feito pelo Líder da Bancada do PT, Ver. João Verle.
Deferimos, inclusive, fora de prazo, porque gostaríamos de colocar o art. 81 em
votação no Plenário, o que foi uma visão errada nossa naquele momento, depois
vimos que era impossível, realmente, colocar em votação, já que o Regimento é
bem claro. Nós tínhamos realmente que deferir, então, nós o deferimos quando
tivemos esta certeza de que não nos restava outra saída. Agora, quem faz a
Ordem do Dia, quem coloca o Projeto na Ordem do Dia é o Secretário. Então, aguardo
do Sr. Secretário Ver. Wilton Araújo a decisão do processo.
Com referência a outra afirmativa do Ver. Nereu D’Ávila, quero avisar
que, na segunda-feira, está prevista a votação do Regimento Interno da Casa,
mas, se houver o impedimento dos Srs. Líderes, no entendimento do Plenário,
esta Presidência não vai-se opor, de forma alguma, a mudar a votação do
Regimento de segunda-feira para quarta-feira; mas, preciso que haja o
entendimento da Casa; “a priori”, nós temos a votação do Regimento prevista
para segunda-feira.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Dada a função regimental do
1º Secretário, gostaria de informar à Liderança do Partido dos Trabalhadores
sobre o questionamento que o Secretário já determinou à Assessoria Legislativa
para que fossem distribuídos os avulsos, hoje, para votação na próxima
quarta-feira.
O SR. JOÃO VERLE (Questão de
Ordem): O
nosso entendimento é de que uma vez deferido o art. 81 e decorridas as quarenta
e oito horas, o processo tem que entrar na Ordem do Dia. Então, foi deferido na
quarta-feira, não entrou na sexta, hoje, porque não tinha decorrido quarenta e
oito horas; no entanto, segunda-feira nós já teremos cumprido esse prazo. Por
isso é que entendemos que ele deveria estar na Ordem do Dia de segunda-feira.
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Verle, vou-lhe
responder com o Regimento. Nós temos aqui, inclusive, uma resposta da própria
Comissão de Justiça a uma consulta que foi realizada; a consulta foi a
seguinte: “Projeto incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da Lei
Orgânica do Município, Requerimento fora da Sessão Plenária, art. 104 do
Regimento Interno que determina antecedência mínima de quarenta e oito horas.”
A interpretação, Parecer: “Obedecimento do art. 104 do Regimento Interno, o
direito, que existe no art. 81 da Lei Orgânica do Município, não autoriza a
imediata inclusão na Ordem do Dia da proposição, sem o prévio conhecimento da
matéria pelos Vereadores.” E, o prévio conhecimento da matéria é dado
exatamente com a distribuição dos avulsos.
Na verdade, o que marca as quarenta e oito horas, de acordo com o
parecer da Comissão de Justiça e de acordo com o Regimento, é exatamente o
conhecimento da matéria, que significa a distribuição dos avulsos. Então, na
verdade, Ver. João Verle, essa Presidência não pode fazer absolutamente nada
porque não fazemos nada que contrarie o Regimento, a não ser que seja isso a
vontade do Plenário contra a qual o Presidente não pode-se insurgir.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, ainda regimentalmente falando, que os avulsos, assim
que o Presidente aceitou, deu a sua assinatura ao Requerimento de urgência,
teriam que ser, automaticamente, pelo Setor Legislativo distribuídos, não podem
depender da vontade do Secretário e aí o Secretário tem que, simplesmente,
aceitar uma decisão do Presidente, que é regimental. Então, não queremos
polemizar o assunto, mas não estamos entendendo por que não.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Clovis Ilgenfritz, eu
acho que precisaríamos até, quem sabe, mexer no nosso Regimento para deixar bem
clara essa situação, porque o Regimento realmente é muito vago nesse tocante.
Ele diz apenas que o Presidente defere, passados trinta dias que um Projeto deu
entrada na Casa, o Presidente tem que deferir a entrada dessa proposição para
que seja votada, mas quem faz a Ordem do Dia é o Secretário, então, neste caso,
o Presidente tem que aguardar do Secretário a indicação dos processos que vão
constar na Ordem do Dia, para que nós possamos distribuir avulsos, senão é
impossível.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão
de Ordem): Além
disso, Sr. Presidente, embora esta Casa tenha já assentada uma idéia de que os
substitutivos devem acompanhar apensados ao projeto principal, eu sustento uma
tese - e inclusive o Ver. Jair Soares apresentou emenda ao Regimento, proibindo
outro substitutivo para não se industrializar o substitutivo apenas como
questão protelatória, procrastinatória - de que é, sem dúvida, um absurdo que
um substitutivo que altera, muitas vezes, substancialmente um Projeto, não
tenha nenhuma opinião da Auditoria, ou da Comissão de Justiça, ou de quem quer
que seja. Graças a Deus que, pelo menos, as quarenta e oito horas foram
respeitadas pela Comissão de Justiça!
O SR. HENRIQUE FONTANA: Eu gostaria de partilhar uma
idéia com os Srs. Vereadores. Este Projeto vem sendo discutido por esta Casa há
mais de três meses. Nós temos feito todo o tipo de esforços, no sentido de
debater com todas as Bancadas, com todos os Vereadores, para que se chegue ao
esclarecimento de todos os pontos necessários sobre o Projeto. Se nós, a
Bancada do PT, pedimos o art. 81, na segunda-feira, tivemos um problema, o Sr.
Presidente já colocou que ficou para quarta-feira. O nosso entendimento é o
seguinte: o Plenário, neste momento, tem que ser soberano, pois existe, na
verdade, um amplo acordo de Lideranças, que gostaríamos que fosse um consenso
do Plenário. Mas existe um amplo entendimento entre as Lideranças e os
Vereadores de que a Casa está em condições de votar e analisar o Projeto na
segunda-feira. Então nós entendemos que o Plenário deve ficar neste momento,
deve ser soberano na questão da colocação da matéria em votação, se assim
entender o Plenário, na segunda-feira. E nós, obviamente, acompanharemos e
acataremos a decisão do Plenário. E quero, por último, colocar um entendimento,
que é o seguinte: eu acho que a Lei, o nosso Regimento, permite algumas
interpretações, e se o art. 81 garante que uma matéria virá à votação em
quarenta e oito horas, como é que, a partir do momento em que foi pedido o art.
81, nós podemos ser submetidos a dois prazos de quarenta e oito horas? Um pelo
art. 81, e outro pela distribuição da matéria. Eu tenho a interpretação de que,
no momento em que um Vereador pede, uma Bancada pede o art. 81, dentro de
quarenta e oito horas, a matéria deve estar em Plenário para ser apreciada.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Henrique Fontana, o
art. 81 obriga que o Presidente da Casa faça o deferimento para que a
proposição seja incluída na Ordem do Dia, mas não diz, exatamente, em que Ordem
do Dia ou em que Sessão. Quem faz essa colocação na Ordem do Dia, pelo
Regimento da Casa, é o 1º Secretário. Lerei para V. Ex.ª o art. 25 do nosso
Regimento, que diz o seguinte: “São atribuições do 1º Secretário: inciso V -
Organizar a Ordem do Dia, atendendo aos preceitos regimentais.” Infelizmente
esta Presidência não pode passar por cima do que diz o Regimento.
O SR. JAIR SOARES (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, o parecer da Comissão de Constituição e Justiça à Questão de Ordem
levantada pelo Ver. João Dib é de minha autoria. Mas trata do Projeto de Lei, quando
requerida a urgência pelo art. 81, que sejam observadas as quarenta e oito
horas. Ele não diz que, se tiver um substitutivo, ao substitutivo serão dadas
mais quarenta e oito horas. O substitutivo fica apenso ao projeto e quarenta e
oito horas se tem.
O SR. PRESIDENTE: O projeto substitutivo
acompanha a mesma tramitação do projeto original. Este também é o atendimento
da Casa.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Sou muito prático e objetivo nessas questões. Entendo que está havendo
uma condução política. Houve um atraso da Mesa na distribuição dos avulsos e me
curvo à situação de fato. Agora, quero deixar registrado que vou exigir o mesmo
critério para todo e qualquer projeto que tramite na Casa. Respeito a posição
da Mesa, mas vou pedir que se faça essa prática a todo e qualquer projeto.
Porque sempre, nesta Casa, o Plenário, na sua maioria, acabou decidindo outras
coisas. Há uma Bancada que está contrária e acaba impondo a sua posição aos
demais. Tudo bem. Tem base? Respeitemos. Agora, vai valer para tudo e não
conforme as situações. Este é o meu protesto e o meu registro.
O SR. PRESIDENTE: Concordo com V. Ex.ª;
enquanto eu estiver na Presidência desta Câmara, o Regimento será respeitado em
todos os seus pontos.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Questão
de Ordem): Até
como Presidente da Comissão de Revisão do Regimento e o nobre Ver. Nereu
D’Ávila, Vice-Presidente, nós tínhamos, desde o ano passado, a preocupação que
tramitasse na Casa e fosse votado. Mas entendemos que, no momento do Projeto de
FESC, no envolvimento que todos nós, Vereadores, tivemos, isto é, a preocupação
de discutir e analisar o Projeto, o Plenário deve ser soberano. Neste momento,
devemos ouvir o Plenário. Vamos tentar
criar um consenso, não uma unanimidade, porque nós não temos, é claro,
uma unanimidade, mas o consenso deve prevalecer.
O SR. JOÃO MOTTA (Questão de
Ordem): Eu
reforço a tese sustentada pelo Ver. Fernando Záchia. Na verdade, não estamos
discutindo o art. 81. Há um consenso, no Plenário, que trata da tramitação do
artigo 81. Há um consenso pelo senso, na minha opinião, de que já passaram as
quarenta e oito horas. O que está havendo - e eu concordo com o Ver. Antonio
Hohlfeldt - é que o prazo começou a contar, para nós, a partir de hoje e
deferimento do art. 81 já aconteceu há vinte e quatro horas.
Portanto, segunda-feira, partindo do pressuposto de que o momento em
que se começa contar prazo, conforme diz o art. 104, é a entrega, de fato, da
matéria da Ordem do Dia, é evidente que nós já estamos recebendo esta matéria com
algumas horas de atraso. Segunda-feira já vai ser, no mínimo, sessenta horas.
Então, parece que o Plenário, neste momento, pode ser um bom juiz, sim, não
para criar um precedente político, não se trata disso. Por quê? Porque todas as
regras, de fato, foram cumpridas. O que não houve, ainda, foi movimentação
formal, de acordo com o momento do deferimento do 81 pelo Presidente, cumprido
o Regimento Interno. E, aí, há uma vontade política, que nós também temos que
respeitar por parte do Secretário, de distribuir somente a partir de hoje os
avulsos com relação a esta votação. Repito, isso é legítimo e é democrático
também.
Eu acho que, dada essa situação, o melhor juiz para evitar inclusive
que, de um lado fique o Presidente tensionado pela situação, de outro fique a
assessoria tensionada pela situação, e de outro ainda fique tensionado o
Secretário, que o Plenário politicamente apresente o remédio para essa
situação, por quê? Porque a rigor todos têm razão. Diante desse fato e diante
de que todos, em princípio, cumpriram com o que dispõe o regimento, nós não
podemos ficar omissos diante dessa situação porque aí, sim, é contra senso, nós
estaríamos sendo coniventes com um possível sentimento, com uma possível
ampliação da interpretação do que diz o Regimento e eu concluo dizendo o
seguinte: isso seria um contra senso em relação aquilo que propõe, aquilo que é
objeto principal do art. 81, que inclusive foi mantido na Lei Orgânica e no
Regimento Interno mediante um acordo, na época, de todas as bancadas, como sendo
um último remédio para acelerar a votação de um Projeto, excepcionalmente.
Pois bem, eu acho que estamos diante de uma situação excepcional, do
contrário, a Bancada do PT não teria movimentado o Processo a partir desse
rigor e dessa aceleração, desse ritmo todo previsto no art. 81, portanto, eu
acho que para nós preservarmos o art. 81 e os seus efeitos regimentais em
termos de tramitação, o Plenário, na minha opinião, deveria ser juiz dessa
situação, até mesmo para sustentar a legitimidade que todos estão tendo nesse
momento de assumirem a posição que assumiram em cada etapa da tramitação desse
Projeto. Portanto, eu aceito a sugestão do Ver. Fernando Zachia de que o
Plenário é que deveria se manifestar com relação a essa situação.
O SR. NEREU D’ÁVILA (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente, nós estamos levando a discussão para o maior absurdo. O Ver. Záchia
e agora o Ver. João Motta sustentam uma tese excêntrica, ou seja, que sempre
que o Plenário entender ele desrespeitará o Regimento. Nós temos que colocar um
dispositivo no Regimento que diz:
Quando as matérias forem relevantes o Plenário decide contra “lege” ou
contra a lei, contra o Regimento. V. Ex.ª transferiu duas vezes o Regimento e
assegurou-me, está nos Anais. Eu vou buscar nos Anais, de que seria segunda-feira,
e eu perguntei: Então é impreterível? É impreterível. Agora, quem quer impor
aqui a situação é um Projeto do Governo que quer se botar “goela abaixo” da
Câmara por motivos políticos que não vêm ao caso no momento. O problema não é
do momento em que V. Ex.ª deferiu, o momento da lei é a partir dos avulsos, das
quarenta e oito horas. E esses avulsos somente serão distribuídos hoje à tarde.
Portanto, não há condições legais, a Lei não permite que seja segunda-feira.
Agora, se o Plenário quer ser contra a Lei ou contra o Regimento, rasgue-se o
Regimento.
O SR. JOÃO DIB (Questão de
Ordem): Sr.
Presidente, o art. 81, da Lei Orgânica, repete integralmente o art. 44 da Lei
Orgânica anterior. E só está escrito isto para impedir exatamente, para
utilizar o termo do Ver. Nereu D’Ávila, a procrastinação.
Quando entrou o Requerimento do Líder do PT, na quarta-feira, ele
deveria ser votado hoje. E este parecer da Comissão de Justiça, eu argumentei,
aqui, que não havia decorrido as quarenta e oito horas e votaram igual, sem as
quarenta e oito horas. Mas o parecer da Comissão de Justiça diz que deve haver
as quarenta e oito horas. No momento em que entrou a solicitação do PT, ele
tinha que ser atendido, ele deveria ser votado hoje. Não sendo votado hoje,
deve ser votado na segunda-feira. Pode-se votar o Regimento e este junto. O que
não pode é desrespeitar a Lei Orgânica que foi redigida de tal forma que impede
qualquer outra consideração. Tem que entrar na Ordem do Dia na Sessão seguinte.
O SR. HENRIQUE FONTANA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, Colegas Vereadores, gostaria de colocar mais uma
sugestão ao Plenário, para analisarmos esta polêmica que estamos enfrentando
neste momento, levado ao limite o raciocínio que o Ver. Nereu D’Ávila defende,
de que efetivamente o que o vale é a distribuição dos avulsos para determinar
as quarenta e oito horas. Se o Secretário, numa insensibilidade, eventualmente,
o que não é o caso, neste momento, se propusesse aguardar uma semana, quinze
dias, um mês, para distribuir os avulsos, o art. 81 perderia sua validade.
Então, o que determina o art. 81 é exatamente que o Projeto vai para a Ordem do
Dia de imediato. Portanto, ele não pode ficar submetido a uma lógica inferior,
que seria a da distribuição dos avulsos. Então, volto a insistir, estamos
respeitando o Regimento, garantindo que o Projeto seja votado na segunda-feira.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós também entendemos que não há por que não se colocar
na Pauta de segunda-feira o Projeto. E me parece que esta interpretação também
de que fica nas mãos do Secretário este poder de decisão, eu tenho que
corroborar com os colegas, porque até seria um princípio ilógico pensar que o
Secretário teria poder para ficar o tempo que quisesse para distribuir os
avulsos, então o Secretário estaria acima do Plenário, da Mesa e de tudo. Não é
isso que diz o Regimento da Casa, nem o diz na codificação que nós temos. Então
me parece que temos que caminhar em função daquilo que é o princípio claro da
lógica e da interpretação, e não em cima daquilo que de repente nos interessa.
O SR. WILTON ARAÚJO (Questão
de Ordem): Sr.
Presidente e Sr. Vereadores, os interesses são os mais diversos e
contraditórios como toda a Casa político-parlamentar tem. Neste caso, concordo
com o Ver. João Motta: todos são legítimos e fazem parte do processo
legislativo. Não houve e não há nenhum interesse por parte deste Vereador, a
não ser o político, para determinar com a legitimidade que tem e ampara, não só
o Regimento, como também o cargo que V. Ex.ªs me elegeram para
exercer, como Secretário da Casa. Diz o Regimento que o Secretário tem a função
de colocar na Ordem do Dia. Não gostaria de ver o Regimento ser alterado a cada
minuto.
No ano passado, Parecer este da Comissão de Justiça, exarado pelo nobre
Ver. Jair Soares, e a partir deste Parecer, houve uma determinação rigorosa
para o cumprimento das quarenta e oito horas para os avulsos. Se bem me lembro,
um dos fiscais mais acirrados neste cumprimento, foi o Ver. Jocelin Azambuja
que por diversas vezes, em vários momentos, pediu celeridade para a assessoria
da Mesa e do Plenário, para que fossem entregues, imediatamente, os avulsos,
inclusive contando horas. A partir deste episódio, de uma solicitação do Ver.
João Dib, a Casa cumpriu rigorosamente o Regimento Interno, neste tocante,
porque no passado não tinha essa tradição, modificava ao saber do momento, dos
interesses postos em Plenário.
Então, eu gostaria de ver o Regimento continuar a ser cumprido, Sr.
Presidente. E gostaria de dizer que não há nenhuma motivo, tanto é verdade que
já disse da Mesa que nós já solicitamos que a assessoria distribua, hoje,
avulso, portanto, com tempo suficiente, cumprindo as quarenta e oito horas,
para que quarta-feira possamos votar com tranqüilidade de votarmos esse Projeto
que é muito importante para a Cidade. Tenho certeza de que todos nós temos a
vontade de votá-lo com consciência e rapidez.
Portanto, não é nenhuma manobra do Secretário, nenhum desrespeito ao
Regimento. Num primeiro momento em que assumimos de fato e de direito colocar
na Ordem do Dia, também não era muito uma tradição, embora regimental, que o
Secretário assumisse realmente essa função de colocar na Ordem do Dia; e a
partir desta Mesa também estamos cumprindo o Regimento nesse tocante. E nesse
impasse eu acho que seria muito constrangedor que se passasse por cima do
Secretário no primeiro momento em que ele assume essa determinação regimental.
O SR. JAIR SOARES (Questão
de Ordem): Antes
que V. Ex.ª decida, porque aí não tem recurso na mesma Sessão, por força do
Regimento, questões de ordens decididas pela Presidência, eu gostaria de só
ponderar o seguinte aos colegas deste Plenário. A questão de ordem suscitada
foi porque não houve a distribuição dos avulsos. Hoje se discute no deferimento
que V. Ex.ª deu para que o Projeto entrasse em regime de urgência por força do
art. 81, o que, desde logo, torna implícita a distribuição dos avulsos. É
diferente a questão. No caso anterior houve a votação sem distribuição dos
avulsos. Neste caso, houve o deferimento do art. 81 na quarta-feira. Por via de
conseqüência, está implícito que todo o instrumento que faz com que o regime de
urgência seja acionado pelo art. 81 flua de forma normal. É uma decisão
simultânea. Parece-me que ao autor do Parecer não moveu outra razão senão esta.
Então fico a me perguntar. Estou apenas raciocinando e não quero tirar o
direito do Secretário de fazer a Ordem do Dia. Mas, vamos imaginar, por
hipótese, que o Secretário se esqueça, na avalanche de projetos que existem para
entrar na Ordem do Dia, e só inclua daqui a vinte Sessões. Isso será correto?
Naturalmente não é o caso, é só para efeito de hipótese. Sr. Presidente,
entendo que há uma ação a partir do deferimento automático. É preciso que isso
seja cumprido. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Vou suspender a Sessão por
dois minutos. Peço uma reunião com as Lideranças para que possamos conversar. O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Queria solicitar essa Questão de Ordem para que V. Ex.ª também
considerasse a suspensão. Temos aqui no Plenário pelo menos dois ex-Presidentes
da Casa, o próprio Ver. Wilton, eu e V. Ex.ª temos um ex-Prefeito e um
ex-Governador. Acho que existe, através de algumas manifestações de Plenário, a
intenção de tentar encaminhar essas questões que são exatamente políticas,
objetivamente falando. É tradição da Casa, que é política, deferir ao Plenário
essa decisão. Quero encaminhar, respeitosamente, a V. Ex.ª exatamente essa
formulação. Para que não fique como responsabilidade final do Presidente uma
coisa que na verdade é interessante contrário de várias bancadas que se
encontram aqui representadas, então que realmente o Plenário tome a decisão que
caberá depois a todos respeitá-la. Isso tem sido a tradição da Casa. Era isso
que queria ponderar a V. Ex.ª.
O SR. PRESIDENTE: Agradeço a V. Ex.ª; solicito
que essa reunião seja realizada no salão da Presidência com as Lideranças e com
a Mesa da Casa.
(Suspendem-se os trabalhos às 11h39min.)
O SR. PRESIDENTE (às
11h59min): Reabertos
os trabalhos, quero comunicar aos Vereadores que não estiveram presentes na
Reunião de Lideranças e da Mesa, que ficou decidido que nós faremos, na
terça-feira, uma Sessão Extraordinária, quando será votado o Projeto da FESC,
às 14h30min.
Na segunda-feira, às 14h, nós teremos a votação do Regimento Interno da
Casa. O Regimento vai exigir de todos nós uma discussão muito longa.
Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos ao período de
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Nesse momento da Explicação Pessoal, eu queria, em primeiro lugar,
registrar um agradecimento e fazer um registro positivo, em relação ao
Departamento de Iluminação Pública da SMOV e à Direção do DMAE.
Na quarta-feira, pela tarde, minha assessoria havia feito contato com a
SMOV para substituição de uma lâmpada queimada, na rua onde moro, e havíamos
conversado com o companheiro Darcy Campani, do DMAE, no sentido de uma obra de
conserto de um cano arrebentado, na mesma Rua Guadalajara, no Jardim Coima. A
obra havia sido mal-acabada pela construtora e, portanto, o buraco voltava.
Como ali nós temos três linhas de ônibus, táxi-lotação, caminhões do DMLU,
enfim, a Rua Guadalajara, que é continuação da Rua Otávio Santos, é uma rua de
intenso movimento, evidentemente que se a recapagem não é bem feita, o
paralelepípedo não é bem colocado novamente, o desastre é imediato. Aliás, em
menos de quatro horas o problema havia voltado, significa, em médio prazo, um
novo buraco, novo cano arrebentado.
Pois para minha surpresa, ontem à noite, chegando em casa, não apenas o
bico de luz estava consertado quanto a empreiteira havia lá retornado e feito a
obra, e desta vez - aparentemente - bem-feita, com bom acabamento. Portanto,
quero fazer esses registros porque acho que é importante que o serviço público
preste com qualidade o serviço que lhe cabe.
Embora nem o companheiro Adauto nem o companheiro Verle estejam-me
ouvindo, quando elogio o Governo, depois vão dizer que eu só falo mal, agora
vou falar mal, pode ser que eles me ouçam. Quero fazer um apelo aos
companheiros Verle e Adauto na seguinte intermediação: estou recebendo aqui a
visita de uma companheira que tentou fazer um concurso de professor, que a SMED
está realizando, ela está inscrita no concurso. Mas como ela, várias
companheiras e companheiros, ao se inscreverem - até porque haviam acabado de
se formar no ano passado - não possuíam ainda o seu diploma registrado. Já
haviam feito encaminhamento ao MEC, não haviam conseguido o registro, pois
precisa, obviamente, de no mínimo uns trinta dias. Ela, teoricamente, foi
desclassificada por antecipação, mas, como ela, deve ter centenas de
companheiros assim. Ela fez um apelo, o recurso, inclusive darei cópia ao
companheiro Adauto, e houve uma negativa desse recurso. Ou seja, entende a
comissão que coordena o concurso da SMED que não cabe esse tipo de situação. Já
tivemos uma situação parecida aqui na Casa, quando eu era Presidente, e nós
entendemos pelo contrário.
Entendemos que a apresentação do documento hábil, que é o diploma
devidamente registrado, cabe na posse, porque ela não pode exercer a função se
ela não é professora registrada, isso diz a lei. Mas exigir isso no momento da
inscrição do concurso, me parece, sobretudo nesta conjuntura brasileira de
crise, das pessoas necessitarem trabalhar, parece que é um burocratismo quase
irresponsável, porque quem vai provar que esses candidatos são hábeis ou não
será o concurso, depois, na hora da posse, apresentarão o documento hábil, aí
ela tem que comprovar que tem essa habilidade. Parece que fazer essa exigência
para o concurso, só entrar quem está completamente registrado, é nós
eliminarmos uma parcela significativa de candidatos. Eu quero pedir ao companheiro
Adauto, ao companheiro João Verle que se faça esse apelo, não só para a SMED,
mas para todo tipo de concurso público. Acho que, realmente, a qualificação tem
que ser comprovada na hora da posse. Deixar alguém tomar posse, não tendo
diploma registrado, é um absurdo. O exercício dessa profissão é ilegal. Agora,
na hora do concurso, da inscrição, quando ela apresenta a prova de que está
tramitando no MEC, inclusive nesse momento ela já tem registro formal do MEC,
parece-me um burocratismo que é ruim.
Ver. Guilherme Barbosa, como não há aparte, pois é Explicação Pessoal,
eu converso com V. Ex.ª. depois. Eu lhe agradeço o apoio.
Eu não estou pedindo privilégio para uma pessoa, quero deixar bem
claro, eu quero pedir que a SMED revise o critério, que a Secretária Sônia
Pilla chame a sua comissão, discuta com essa comissão e tome um novo critério.
É isto que eu acho importante e que é de respeito ao cidadão, para um, para
cem, ou para mil, para tantos quantos for preciso. Nós precisamos ter os
melhores, e não é o ter ou não ter um registro que está tramitando que me dá
quem é melhor ou pior. Esse é o critério que eu gostaria que fosse respeitado.
Está feito o registro, está aí a companheira, que nunca vi, a estou
conhecendo agora, mas acho que é justo o seu pleito, por isso fiz esse
registro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. João Motta. Ausente.
Ver. José Gomes. Desiste. Com a palavra o Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Quero dizer a V. Ex.ª, Ver. Antonio Hohlfeldt, que já estive em
contato com a Assessoria Jurídica da SMED, também por essa mesma questão, e
posso dizer que não há má vontade e nem burocracia. É uma interpretação
jurídica que eles têm que eu também não concordo. Quer dizer, o fato de a
pessoa que já está graduada, portanto, já é um professor, não possuir ainda o
diploma, não é culpa do candidato mais sim do MEC. No DMAE nós fizemos isso
várias vezes. Acho que a Centralizada já fez isso, quer dizer, a pessoa faz o concurso
e depois tem a obrigação de apresentar os documentos. Com esse procedimento,
tudo estaria sendo devidamente tramitado de acordo com a lei e não se cortaria
a possibilidade de várias pessoas prestarem o concurso. Portanto, eu quero dar
o meu apoio a essa visão e podemos fazer, inclusive, algum movimento em
conjunto, porque já tínhamos feito em conjunto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 12h09min.)
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